O que é Ransomware? Ransomware e Ataques ao Governo Federal

Ransomware é um tipo de software malicioso que bloqueia o acesso a sistemas ou dados, exigindo o pagamento de um resgate para que o acesso seja restabelecido. O nome deriva do termo inglês “ransom”, que significa resgate, e tem ganhado cada vez mais destaque nas manchetes por seu impacto devastador em organizações públicas e privadas.

Governos são alvos particularmente atraentes para cibercriminosos. Além de armazenarem grandes volumes de dados sensíveis, como informações de cidadãos, documentos institucionais e sistemas críticos de infraestrutura, muitas vezes operam com estruturas defasadas e investimentos limitados em segurança digital. Isso os torna alvos vulneráveis para ataques que buscam causar interrupções massivas ou obter ganhos financeiros por meio da extorsão.

O funcionamento do ransomware é relativamente simples. O ataque geralmente começa com o envio de um e-mail malicioso ou exploração de uma vulnerabilidade conhecida. Uma vez que o criminoso obtém acesso ao sistema, os dados são criptografados e o acesso é bloqueado. O invasor então exige o pagamento do resgate, geralmente em criptomoedas, para liberar a chave de descriptografia.

Governos, ao lidarem com esse tipo de ataque, enfrentam um dilema ético e estratégico. Pagar o resgate pode parecer uma solução rápida, mas alimenta uma cadeia criminosa. Não pagar, por outro lado, pode significar a perda de dados críticos e a interrupção de serviços essenciais.

Principais ataques de ransomware ao governo brasileiro: casos e lições

O Brasil tem sido alvo constante de ataques de ransomware contra instituições públicas. Casos de alto impacto ocorreram nos últimos anos e revelaram fragilidades importantes na segurança digital do setor governamental.

Um dos episódios mais conhecidos aconteceu em 2020, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sofreu uma tentativa de ataque durante o primeiro turno das eleições municipais. Embora o sistema de votação eletrônica não tenha sido comprometido, os ataques sobrecarregaram os serviços de divulgação de resultados e afetaram a confiança pública no processo eleitoral.

Em dezembro de 2021, o Ministério da Saúde foi alvo de um ataque que comprometeu o sistema ConecteSUS. O ataque resultou na indisponibilidade dos dados de vacinação da população por várias semanas, gerando atrasos no acesso a comprovantes e relatórios importantes. O impacto foi sentido em todo o país e demonstrou como a cibersegurança é um tema essencial na prestação de serviços públicos.

A Controladoria-Geral da União (CGU) também foi vítima de um ataque em 2022. Apesar de ter recebido menos atenção da mídia, o incidente comprometeu dados sensíveis e escancarou a necessidade de protocolos mais rigorosos de prevenção e resposta a incidentes.

Esses casos mostram como os ataques de ransomware não afetam apenas sistemas isolados, mas comprometem serviços amplamente utilizados pela população. Além disso, destacam a importância de ações coordenadas entre diferentes esferas do governo para mitigar os riscos e aprimorar a segurança institucional.

Ransomware no setor público: prejuízos financeiros e institucionais

Os ataques de ransomware ao setor público vão muito além dos custos financeiros diretos. Embora o pagamento de resgates possa ser evitado, os prejuízos causados pela paralisação de sistemas, necessidade de reconstrução da infraestrutura digital e danos à reputação institucional são expressivos.

Financeiramente, os gastos incluem a contratação emergencial de consultorias especializadas, aquisição de novas ferramentas de segurança, pagamento de multas por descumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), entre outros. Em alguns casos, o valor envolvido chega a milhões de reais.

Além do custo financeiro, há um custo institucional relevante. A perda da confiança pública é um dos efeitos mais duradouros. Quando serviços essenciais como saúde, previdência ou justiça são interrompidos, a população sofre diretamente. Isso fragiliza a imagem do governo e gera questionamentos sobre sua capacidade de proteger os dados dos cidadãos.

Outro ponto importante é o risco à soberania nacional. Informações estratégicas e documentos sensíveis podem ser acessados, copiados ou vendidos, comprometendo a segurança do Estado. Em um cenário de geopolítica digital cada vez mais acirrada, esse tipo de exposição representa um risco real e crescente.

Evolução do ransomware no Brasil: o que mudou nos últimos anos

O cenário do ransomware no Brasil evoluiu significativamente. Se antes os ataques eram conduzidos por pequenos grupos buscando ganhos rápidos, hoje fazem parte de operações estruturadas com alto grau de sofisticação. Essa transformação se reflete na forma como os ataques são planejados, executados e explorados.

Uma das mudanças mais relevantes é o surgimento do modelo conhecido como Ransomware as a Service (RaaS). Nesse modelo, grupos especializados desenvolvem ferramentas de ataque e as alugam para afiliados, que realizam os ataques em troca de uma porcentagem dos lucros. Isso ampliou o alcance do ransomware e reduziu a barreira de entrada para novos criminosos.

Outra evolução foi a adoção da técnica de dupla extorsão. Nesse modelo, os dados são não apenas criptografados, mas também exfiltrados. Caso o resgate não seja pago, os criminosos ameaçam divulgar as informações publicamente, aumentando a pressão sobre os alvos e elevando os riscos reputacionais e legais.

Os ataques também passaram a ser mais direcionados. Em vez de atingir qualquer organização vulnerável, os criminosos estudam previamente o ambiente da vítima, identificando pontos fracos, sistemas legados e dados mais valiosos. Isso aumenta a taxa de sucesso e os danos causados.

Essa evolução exige uma resposta proporcional por parte dos órgãos públicos. A simples implementação de antivírus e firewalls tradicionais não é mais suficiente. É necessário adotar uma abordagem integrada e contínua de segurança, com foco em prevenção, detecção e resposta.

Como prevenir ataques de ransomware em órgãos públicos

A prevenção de ataques de ransomware deve ser prioridade para qualquer instituição pública. Embora nenhum sistema seja 100% imune, a adoção de boas práticas e tecnologias avançadas pode reduzir significativamente o risco de ataques bem-sucedidos.

A primeira medida fundamental é a capacitação dos servidores públicos. Muitos ataques começam com a abertura de um e-mail de phishing ou o clique em um link malicioso. A conscientização sobre os principais vetores de ataque é a linha de frente da defesa cibernética.

Outra prática essencial é a realização de backups regulares, preferencialmente armazenados em ambientes isolados da rede principal. Além disso, é importante testar periodicamente os backups para garantir sua integridade e eficácia em caso de necessidade de restauração.

A atualização constante de sistemas operacionais, softwares e dispositivos de rede é outro pilar da prevenção. Muitas vulnerabilidades exploradas por ransomware são conhecidas e já possuem correções disponíveis, mas permanecem ativas por negligência ou falta de recursos técnicos.

A segmentação de redes também é recomendada. Ao limitar o acesso entre diferentes áreas da infraestrutura digital, é possível conter a propagação de um ataque caso ele ocorra.

Além disso, recomenda-se o uso de soluções modernas de segurança, como sistemas de detecção e resposta a incidentes (EDR), autenticação multifator (MFA), análise comportamental e criptografia de dados sensíveis.

Por fim, todo órgão público deve contar com um plano de resposta a incidentes atualizado, com responsabilidades bem definidas, processos de comunicação interna e externa e mecanismos de contenção rápida. A agilidade na resposta pode fazer a diferença entre um incidente controlado e uma crise prolongada.

Conclusão: O que é Ransomware

Ransomware é hoje uma das maiores ameaças à estabilidade dos serviços públicos e à segurança institucional do Estado. Sua evolução constante exige que governos adotem uma postura ativa, com investimentos em tecnologia, processos e capacitação.

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