A engenharia social é uma das maiores ameaças à segurança da informação no setor público. Entre suas táticas mais recorrentes, destacam-se o phishing, vishing e smishing técnicas que exploram a psicologia humana para enganar servidores e obter informações confidenciais ou acesso a sistemas críticos.
Neste artigo, você entenderá o funcionamento de cada uma dessas estratégias, por que são tão eficazes contra servidores públicos e quais medidas devem ser adotadas para preveni-las no ambiente institucional.
Por que esses métodos funcionam tão bem?
As técnicas de phishing, vishing e smishing exploram um fator comum: a urgência emocional. Elas são construídas para pressionar o usuário a tomar uma decisão rápida, sem tempo para refletir. Em muitos casos, fazem uso da identidade visual de órgãos governamentais ou termos técnicos para parecerem legítimas.
Servidores públicos, especialmente os que lidam com atendimento ao cidadão ou gestão de sistemas, são alvos prioritários. A rotina intensa, a necessidade de responder rapidamente a demandas e o excesso de e-mails ou ligações tornam o ambiente propício para que esses ataques funcionem.
Phishing: o golpe digital mais conhecido
O phishing é o método mais comum e conhecido de engenharia social. Ele consiste no envio de e-mails falsos com aparência legítima, com o objetivo de:
- Coletar credenciais de acesso (usuário e senha)
- Instalar malwares ou ransomwares
- Obter dados pessoais ou sigilosos
Exemplo típico de phishing em órgãos públicos:
“Prezado servidor, identificamos uma atividade incomum no seu acesso ao sistema institucional. Clique aqui para validar suas credenciais.”
Esse link, ao ser acessado, leva a uma página falsa que captura os dados inseridos.
Características de um e-mail de phishing:
- Remetente parecido, mas com pequenas variações (ex:
@gov-br.org
) - Erros ortográficos sutis
- Links encurtados ou que não condizem com o domínio oficial
- Tom de urgência ou ameaça (“sua conta será suspensa”, “prazo final hoje”)
Como proteger servidores contra phishing:
- Treinamentos com simulações reais
- Filtros de e-mail avançados com análise de comportamento
- Políticas internas para nunca solicitar senhas por e-mail
- Campanhas regulares para reforçar boas práticas
Vishing: a engenharia social por telefone
O vishing (voice phishing) é um tipo de ataque que acontece por meio de ligações telefônicas. Nele, o criminoso se passa por alguém confiável, como um técnico de TI, auditor ou até mesmo outro servidor, com o objetivo de:
- Obter senhas
- Convencer o servidor a instalar um programa
- Coletar informações sobre sistemas internos
Exemplo de vishing:
“Olá, aqui é da equipe de suporte. Estamos com um problema no sistema e precisamos que você informe o código de verificação que foi enviado ao seu celular.”
Esse código pode ser um fator de autenticação temporário, que permitirá ao criminoso invadir uma conta.
Características de um golpe de vishing:
- Tom técnico e seguro para ganhar confiança
- Urgência (“é um caso crítico”, “precisamos resolver em 10 minutos”)
- Falta de registro oficial do contato
- Tentativa de evitar que o servidor desligue ou valide a ligação
Como mitigar ataques de vishing:
- Informar aos servidores que a TI nunca liga pedindo senhas
- Criar um número oficial para que o servidor retorne a ligação em caso de dúvida
- Estabelecer um protocolo de verificação de identidade interna
- Incentivar que qualquer tentativa suspeita seja imediatamente reportada
Smishing: o golpe por SMS e aplicativos de mensagens
O smishing (SMS phishing) é o uso de mensagens de texto ou aplicativos como WhatsApp e Telegram para enganar servidores. Os criminosos enviam mensagens com links maliciosos ou pedidos de ação imediata.
Exemplo de smishing em um órgão público:
“ATENÇÃO: seu contracheque digital foi gerado. Acesse agora: [link falso]”
O link leva a uma página de login que captura os dados do servidor.
Características de mensagens de smishing:
- Uso de nomes e logotipos oficiais
- Linguagem institucional
- Links encurtados
- Chamados de ação rápidos (“confira agora”, “baixe o documento”)
Como reduzir os riscos de smishing:
- Evitar divulgar números pessoais em redes sociais ou canais públicos
- Utilizar aplicativos institucionais com autenticação forte
- Proibir o uso de mensagens para envio de documentos ou links não verificados
- Reforçar que comunicações legítimas do órgão seguem canais oficiais
Como criar um ambiente institucional resistente a esses ataques
Mesmo com campanhas de conscientização, é natural que alguns servidores ainda caiam em golpes sofisticados. Por isso, é essencial criar um ambiente preparado para detectar e responder rapidamente a essas ameaças.
1. Simulações periódicas
Realizar simulações realistas de phishing e vishing permite testar a resposta dos servidores e educá-los sem riscos reais. Servidores que clicarem nos links ou fornecerem informações recebem feedback educativo.
2. Políticas claras de comunicação
Toda comunicação oficial do órgão deve seguir padrões bem definidos:
- Remetentes institucionais verificados
- Assinaturas padronizadas
- Links exclusivos e monitorados
Isso ajuda os servidores a identificar quando algo está fora do padrão.
3. Canal de denúncia rápido
Crie um canal interno (como um e-mail ou número de WhatsApp oficial) para reportar mensagens ou ligações suspeitas. A resposta rápida pode evitar que o golpe se espalhe para outros setores.
4. Integração com tecnologia de segurança
Ferramentas de segurança com detecção de comportamento anômalo, filtros de spam, e verificação de domínio ajudam a filtrar mensagens antes que cheguem aos usuários.
Casos reais que mostram a eficácia desses golpes
Caso 1: Prefeitura no interior de São Paulo (2022)
Servidores receberam um e-mail falso solicitando atualização de login no sistema de folha de pagamento. Mais de 20 servidores informaram dados em um site clonado. O resultado foi o roubo de senhas e alterações indevidas em contas bancárias.
Caso 2: Secretaria estadual de saúde (RJ)
Um servidor recebeu uma ligação de “TI” pedindo ajuda para validar uma atualização. O código de autenticação compartilhado permitiu ao criminoso acessar o e-mail institucional e enviar mensagens para outros setores espalhando o golpe internamente.
Esses exemplos demonstram que mesmo instituições com boa infraestrutura podem ser comprometidas por falhas humanas simples.
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